sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Eletroquímica - Pilhas

Estudaremos nesse tópico as pilhas e as baterias. Ambas produzem energia elétrica à custa de reações de oxi-redução. 
Reações de oxi-redução ou também conhecida como redox, é quando há a transferência de elétrons de um local a outro. Veremos em breve quis "locais" são esses.


Pilha de Daniell

Nas pilhas ocorrem reações químicas que produzem corrente elétrica..


Vamos ver agora como é dada a montagem da pilha e como é o seu funcionamento, enfatizando as reações químicas e o fluxo de elétrons.





















OBS: Os tracejados indicam que o fio passa dentro da placa de zinco e de cobre, tando contato com a solução. Apenas para simbolizar esse contato.



Em primeiro lugar colocaremos uma chapa de zinco que é conectada por um fio a uma chapa de cobre. É nesse fio que os elétrons irão transitar, mostrando no voltímetro que ali está passando eletricidade.

O fluxo dos elétrons é dado por meio das reações químicas entre o zinco e a solução na qual ele está colocado. Essa solução tem que ser capaz de retirar elétrons do zinco, afim de que esses elétrons transitem pelo fio, chegando ao cobre.


Completando o desenho com as soluções:























A solução de ZnSO4 reage com a chapa de zinco, liberando Zn(2+) e SO4(2-) além de liberar 2 elétrons. Esses dois elétrons serão atraídos pela chapa de cobre e irá transitar pelo fio, chegando na solução em que está a placa de cobre. Ao receber dois elétrons, a solução CuSO4 libera Cu(2+) e SO4(2-), ao recebê-los o Cu(2+) transforma-se em Cu(0), aderindo-se a placa.



Vamos representar as duas semi-reações que ocorre nesse processo:


  • Zn(0) ----> Zn(2+) + 2e



  • Cu(2+) + 2e ----> Cu(0)


O que essas duas semi-reações estão ilustrando é: A placa de zinco Zn(0) liberou dois elétrons, transformando-se então em Zn(2+) + 2e. Ao transitar pelo fio, esses dois elétrons chegam ao Cu(2+) que está em solução, e se transforma em Cu(0), e este adere-se a placa de cobre.



Chamamos a chapa de zinco de ANODO, isso porque ela é o eletrodo negativo (é negativo porque contém a maior parcela de elétrons livres), e chamamos a placa de Cobre de CÁTODO, que é o eletrodo positivo.



Observamos que o fluxo de elétrons vai do ANODO para o CÁTODO. Isso em todos os casos.



Após certo tempo de funcionamento dessa pilha, teremos outro caso a ser estudado, observe:




















Notamos que:


  • A chapa de Zinco foi corroída
Isso porque durante o processo, a solução de ZnSO4 foi reagindo com a placa de Zinco fazendo com que ela liberasse 2 elétrons + Zn(2+) + SO4(2-), ou seja, ao liberar esse Zn(2+) cada vez que fazia isso perdia uma parte de sua massa. O cátion Zn(2+) fica em meio a solução, enquanto os elétrons liberados transitam pelo fio.

  • A solução de ZnSO4 ficou mais concentrada
Como eu disse anteriormente, cada vez que a solução de ZnSO4 reagia com a placa de Zinco liberava um íon positivo (cátion) o Zn(2+) e este íon ficava presente em solução. Ao ir ocorrendo o processo, foi acumulando esse íon, a ponto de fazer com que esse solução ficasse concentrada.
Lembrando que a membrana porosa, ou seja, a partícula que separa as duas soluções, faz um circuito interno, onde íons SO4 passando da direta para a esquerda, assim como do lado esquerdo há Zn(2+) livres, se ligaram ao SO4 que estão chegando, fazendo com que a solução fique mais concentrada.

  • A chapa de Cobre teve sua massa aumentada
Quando os dois elétrons transitaram pelo fio e foram para a solução CuSO4, o Cu(2+) recebeu os dois elétrons, e ao recebê-los tornou-se cobre sólido. Esse cobre aderiu-se a placa de cobre também, e durante o seu processo a cada 2 elétrons recebidos, esses iam se aderindo a placa de cobre, aumentando então a sua massa.

  • A solução de CuSO4 ficou mais diluída
A cada chegada de 2 elétrons, liberava da solução de CuSO4, Cu(2+) e SO4(2-), e esses Cu(2+) ganhavam esses dois elétrons e se aderiam a placa de cobre. Com isso, cada vez que chegava mais elétrons, mais Cu(2+) iam se aderindo a placa e saindo da solução de CuSO4, por conta disso ela ficou mais diluída.

Com o passar do tempo, notamos que a voltagem da pilha vai diminuindo, o que indica que a reação é reversível.

Para representar a pilha de Daniell (e todas as demais pilhas) é da seguinte forma:


















Podemos também montar a Pilha de Daniell usando a Ponte Salina, observe:




















Ponte Salina: Numa pilha há o ânodo de onde migram os elétrons em direção ao cátodo. O ânodo é o Zn(0) e o cátodo é o Cu(2+). Com o passar do tempo essa transferência de elétrons fará com que as soluções percam a neutralidade elétrica, porque haverá excesso de íon, tornando-as instáveis e interrompendo precocemente o funcionamento da pilha. A ponte faz migrar os íons de uma solução a outra. Assim ela continua em equilíbrio e funcionando.



"Em resumo, podemos dizer que, a pilha ou célula eletroquímica é um dispositivo que transforma energia química em energia elétrica por meio de uma reação de oxi-redução, com o oxidante e o redutor separados em compartimentos diferentes, de modo que o redutor transfira elétrons ao oxidante através de um circuito externo (fio)."




Força eletromotriz das pilhas (FEM


A força eletromotriz das pilhas representa a "pressão" que move os elétrons através do condutor externo. Ela é medida em volts, com o uso de voltímetros. 


A FEM da pilha depende de três fatores:


  • Natureza dos metais formadores da pilha


Sabemos que  anodo (polo negativo) "empurra" os elétrons para o circuito externo, enquanto o catodo (pólo positivo) "puxa" os elétrons do circuito externo. Assim, quanto maior for a tendência do anodo em "soltar" elétrons, e quanto maior for a tendência do catodo em "puxá-los", maior será a diferença de potencial (ddp) da pilha.


  • Concentrações das soluções empregadas


Tendo a equação da pilha de Daniell:








De acordo com o Principio de Le Chatelier, com o aumento da concentração de CuSO4, deslocará o equilíbrio para a direita, favorecendo a reação normal da pilha e aumentando a fem apresentada. Caso aumentemos a concentração de ZnSO4, o equilíbrio será deslocado para a esquerda, contrariando o funcionamento da pilha, e diminuindo a sua fem.

  • Temperatura da pilha


Sabemos que a temperatura influi no andamento de todas as reações químicas, portanto ela irá influir na reação da pilha também, podendo aumentar ou diminuir a sua fem. Foi escolhido arbitrariamente a temperatura de 25º C como temperatura normal ou padrão.



Eletrodo-padrão


Como é impossível medir o potencial absoluto de um eletrodo metálico, foi necessário adotar um padrão e colocar um determinado valor para o mesmo.
O escolhido nesse caso foi o eletrodo-padrão de hidrogênio, isso porque ele é o cátion (H+) é o cátion mais comum em soluções aquosas.


Tabela dos potenciais-padrão de eletrodo





























Segundo critérios da IUPAC, recomenda-se escrever a equação no sentido da REDUÇÃO e considerar o Eº, que é o potencial de redução.



Vamos ver um exemplo para essa ideia ficar mais clara:

Quando vamos reduzir, é ganhar elétrons, vamos então reduzir o Li(-)


e + Li(-) -----> Liº



Esse é o sentido da redução do Lítio, olhando na tabela qual valor é o potencial de redução do mesmo, veremos que é -3,04



Agora, se formos escrever essa reação no sentido da oxidação, ficará:



Liº ----> Li(-) + e



O -Eº = + 3,04



Ou seja, inverte-se o sinal quando passamos da redução para a oxidação.




OBS: 


















Todo elemento que está mais acima na tabela age como redutor dos que estão mais abaixo da tabela, e portanto sofre oxidação.





Exemplo do cálculo da FEM:



Znº + Cu(2+)    =     Zn(2+) + Cuº



Zn sofre oxidação, então ele é o agente redutor

Cu(+2) sofre redução, então ele é o agente oxidante


Znº ---> Zn(2+) + 2e

Cu(2+) + 2e ---> Cuº


Na tabela temos:

Zn(2+) + 2e ---> Znº  Eºredutor = -0,76 V
2e + Cu(2+) ----> Cuº  Eºoxidante = +0,34 V


Invertendo portanto a equação do Zn para podermos cortar os elétrons, teremos:



Znº ---> Zn(2+) + 2e   -Eºredutor = +0,76

2e + Cu(2+) ----> Cuº Eºoxidante = +0,34


Ficará: Znº + Cu(2+) --> Zn(2+) + Cuº



E a FEM de uma pilha, que é calculada como:  /\Eº = Eºoxidante - Eºredutor



Ficando: Eºoxidante - (-Eº redutor)



/\Eº = 0,34 + 0,76 = + 1,10 V




Ou seja, a fem de um pilha, em condições padrões é a diferença entre o E do oxidante (catodo) e o Eº do redutor (anodo).



Espontaneidade das reações:



Tendo como raciocínio o item anterior, fazendo a cálculo de /\Eº, se o resultado for positivo, a reação será espontânea, caso o resultado dê negativo, a reação não será espontânea.




EM BREVE ATUALIZAÇÃO




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